sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

bananafish

Tenho medo de, de repente, parecer tão previsível e tão menina e tão eu. Acho que estou me aproximando de uma realidade vivida numa espécie de aquário, em que eu sou um peixinho bonitinho. Não é que eu não seja capaz de compreender o que está ao redor, mas os olhos grandes por detrás do vidro me assustam. Eu ganho comida (a comida que eu gosto!), e a água é limpa (como eu gosto!), e tudo é muito tranqüilo e alegre ao mesmo tempo. Pensando bem, não sei do que eu tenho medo. De repente, percebi que sou mais insegura do que eu pensava. Aliás, eu não sei daonde saiu tanta insegurança. E, ao mesmo tempo, não mudaria nada do que anda acontecendo - parece que eu escrevi isso em um caderninho de sonhos. Mesmo. Tipo brega ao extremo, mas nem um pouco mentira. Acho graça quando encontro alguém muito parecido comigo. Se torna fácil amar e odiar a mesma pessoa. Difícil é ignorar as semelhanças... E ignorar é o que eu menos quero agora: estou encantada demais no meu aquário. O lado bom de eu parecer mais transparente acontece não só nas transmissões de pensamento em momentos triviais, mas no trato de situações que poderiam ser encaradas como mais delicadas. Não há nada a ser negativamente criticado, nem uma palavra. Nenhuma. Resta, então, o desconforto em parecer, às vezes, tão menina quanto as outras: tão infantil, irracional, impulsiva; emotiva. É, tenho que aprender a lidar bem com imprevistos. Afinal, não são todos que reconhecem um "bananafish". E menor ainda é o número dos que entendem realmente um peixinho tão bonitinho.



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