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terça-feira, 7 de setembro de 2010

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Skoob

Achei um negócio legal: Skoob. Vou demorar um século para fazer meu perfilzinho e tralalá, mas enfim. Achei tão ótimo isso, tão ótimo! Estou lendo em estilo devagar-e-sempre um livro legal. Na verdade eu me afoguei em filmes e seriados. E as vezes em que eu saio desse mundo têm sido realmente muito boas. Acho que 2010 será um ano fuckin hard, mas fuckin foda também. Espero que assim seja mesmo - estranho meu otimismo, mas tudo bem. Lá vou eu arrumar uns negocinhos, depois vou escrever. Ando bem afim.



domingo, 3 de janeiro de 2010

Rascunho

Leio Antonio Prata e fico com vontade de escrever sobre qualquer coisa do cotidiano. Eu cresci lendo os textos dele (isso faz parecer que ele é velho, mas nada a ver) e, enfim, encontrei o blog dele hoje ao acaso. Exceto pelo fato de que eu vou escrever em "blocão", como eu adoro, senti necessidade de ajeitar algumas coisas. Limpei um pouco a página do Blog: agora não tem mais o Apanhador em pdf lá embaixo. Tipo que não fazia muito sentido eu deixar isso lá mesmo. Mas, enfim, não é legal falar de mim quando se pode falar de vovós. (Tipo que eu estava realmente decidida a falar sobre vovós e os hábitos das fêmeas na 'melhor idade', mas mudei a trilha sonora do momento e brochei totalmente.) Nossa, eu pareceria tão poser se meu nome "Ivy Black". Fiquei vendo House ontem até cair no sono, o que deve ter sido uma cena um tanto lamentável. E perdi o final, com o diagnóstico certinho do problema do cara, o que fez do meu esforço para ficar acordada um real desperdício. Eu acho meio chata essa mania de querer amenizar os "não-sucessos" - essa mania de repetir frases como "o importante é participar" em diversas fases da vida. Tudo bem, eu sou imperdoavelmente competitiva quando eu não consigo me controlar, então esse tipo de acontecimento me parece algo realmente enorme. Agora me deu uma crise e eu fiquei muito tempo pensando em absolutamente nada. Sabe, eu acho assustador quando o céu está muito claro ou muito azul ou muito qualquer-coisa-lisa e não têm nuvens, nem nenhum obstáculo aparente entre ele e meus olhos: esse tipo de situação me dá mais medo do que estar muito longe do chão e ter que olhar pra baixo. Cair pra cima parece ser tão pior. Ok, vou refletir sobre isso. De repente me deprimi profundamente.



quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

último post de 2009




a coisa mais engraçadinha que eu li sobre esse reveillon diz respeito a aqueles óculos de plástico que são feitos pelo menos desde o ano 2000, em que os olhinhos se encaixam perfeitamente nos zeros e tal. agora chega o "1" entre os zeros para avacalhar com os fabricantes de óculos-de-reveillon. eu espero, francamente, que eles consigam encaixar bem o "1" no lugar do nariz e continuar vendendo bem e tal, já que depois vai ficar impossível... dois zeros juntos só daqui muito muito tempo. oh meu deus, que desespero! tipo que essa declaração infeliz é realmente o que eu tenho a dizer. metade do meu ano foi uma bosta realmente sólida e fedida. outra metade foi realmente "weeee", bem colorida e linda e tudo mais. passar no vestibular fez realmente a diferença. mas ainda tenho muitas provas pela frente (se eu prolongar isso, vai ser pior). era pra tentar mostrar que provas significam outras dificuldades também. enfim. cresci bastante esse ano, mantive meu um metro e meio de ananismo, comprei uma tiara de onça verde e tive mais vários feitos aleatórios. espero ir em shows legais em 2010. e gostaria que menos pessoas legais morressem. (tenso)


sempre vale mandar um beijo para pessoas queridas que têm paciência comigo e meu estômago.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Brothers on a hotel bed .mp3

O que eu fiquei de fazer - escrevi no último post - em uma semana foi impiedosamente deixado de lado. Eu quero dizer que não cumpri o prazo, só isso. Lá vou eu renovar meus pedidos de desculpa... Nossa, a última semana foi tão corrida e sufocante. Acabou comigo, mas anunciou o início das férias. E férias assim eu não tenho há tanto tanto tempo... Férias sem pensar em vestibular, férias sem o medo do ano seguinte, férias simplesmente com o sabor de férias. E eu andei pensando em tanta coisa. Eu odeio o Natal, odeio. Não suporto o clima de fim de ano que faz todo mundo agir como se guardasse todo o amor do mundo para essa época - e é realmente o que se faz: quem é generoso em meados de maio ou junho? Não importa... Natal é Papai Noel, presentes e prestações pro ano seguinte. Fato. Não acho graça. Eu não acho lindo o Dia dos Namorados também. E só gosto da Páscoa porque ganho chocolate. Haha. Tipo que eu devo afirmar isso aqui todo o ano, e cada vez devo parecer mais grotesca. Bah, eu tenho me encantado constantemente com a diversidade de personalidades que eu conheci esse ano. Eu conheço as pessoas, guardo uma primeira impressão delas, convivo e então crio minhas expectativas. E me diverti conhecendo gente nova, me supreendendo com velhos amigos, e adoro essa coisa de errar e acertar que envolve as relações. O que ferra com tudo é o orgulho, a falta de sensibilidade com o outro: erros são espontâneos, acontecem porque é assim que deve ser. E se aprende com eles. Pronto, a vida é bela! Sei lá, eu acho engraçadas as motivações das pessoas para fazer as coisas. Tipo escolher uma profissão ou algo assim. E acho curioso como algumas crenças da pessoa parecem se chocar com a filosofia da profissão escolhida. Isso é só um teto que eu venho observando desde os últimos anos da escola... Eu tinha curiosidade de conhecer duas pessoas da faculdade desde o primeiro dia de aula. Depois de dois semestres, acho irônico como uma delas se tornou insuportável e, a outra, muito querida. Outras surpresas também aconteceram - a gente sempre pensa que, no fundo, tudo é bom porque a gente cresce com isso. Não vou dizer que não concordo com isso, apenas declarar o quanto eu fico admirada com o julgamento que fazem de mim. Muitas pessoas criam uma sensação de poder perante o que acreditam ser estratégias frustradas alheias. Ou erros, fracassos, whatever. Acho tudo válido quando se mantém em silêncio - não entendo, porém, aqueles que me cobram "respeito" ou atribuem a mim uma série de qualidades equivocadas. Como se eu tivesse que ser necessariamente "hipócrita" por agir de uma forma ou outra... lamentável. Se existe o desejo de uma resposta, que seja feita a pergunta de uma vez - acusações para quê? Para quem? Enfim, acho tenso. E eu acho funny como o machismo atua em certas situações... por que as garotas devem chorar, não podem erguer a cabeça? Claro, isso já soa como bobagem para muita gente. Mas ainda há quem pense assim (e estão soltos, oh céus!). Outro dia eu estava no shopping, comendo massa e pensando na vida: coisas egoístas de se fazer em fim de semana, quando as pessoas passeiam com bandejas procurando lugar para se sentarem. Eis que a lady que estava comigo reclamou que eu estava apoiando a cabeça na mão que segurava o garfo, e ficou uma cena esquisita ("oi, tem um garfo saindo da minha cabeça"). "Ivy, o que os outros vão pensar? Isso é feio." Sabe... realmente. O que os outros pensariam? Eu me pergunto que porra os outros iam pensar se me vissem ali com o garfo tão perto da minha bochecha direita. São respostas que a vida não vai te dar, que você terá de buscar sozinho, entende? Eu acho extremamente desprezível esse pensamento. Eu li uma crônica sobre isso uma vez, em que uma mulher com uma criança, na fila de um banco, desaprova o comportamento do gurizinho e olha para a moça da frente dizendo "o que a moça vai pensar?". E a moça se vira e diz "não vou pensar nada.". Não parece muito emocionante a historinha, mas eu acho genial. E isso me lembra como muitos pais buscam educar os filhos mais velhos incentivando-os a darem "bons exemplos" aos menores. Ninguém tem obrigação de dar bom exemplo, ninguém. Eu sou uma desgraçada que gosta de reparar na cara de todo mundo, na bainha da calça - que o cara fez com o grampeador -, nos pés inquietos das pessoas das salas de espera... mas 'e aí?', grande merda! E acho que todo mundo deveria pensar "grande merda" também. Penso que isso diminuiria também certos preconceitos e as tentativas toscas de chamar a atenção que alguns indivíduos têm. E ninguém perderia nada com isso, pelo contrário. Isso me lembra quando eu vou comer comida chinesa sozinha. Eu uso hashis (pauzinhos e tal). Hoje, eu sou uma pessoa feliz em usá-los, mas é óbvio que não foi sempre assim. E eu acho engraçado como as pessoas-com-garfo olham para as pessoas-com-hashi. Fiquei com preguiça de comentar toda a interação... mas é impagável. E lembra um pouco o ambiente pré-show de dança do ventre. Eu já conheço bastante gente do estúdio onde eu tenho aulas, então quando todas as alunas se encontram fica fácil reconhecer quem é iniciante ou enfim. E eu ouvi de várias ladies como é realmente aparente a hierarquia que existe, alimentada pelas pessoas que entraram há pouco tempo e acreditam que conforme o tempo tua barriga diminui e teu ego infla. Pode acontecer, mas não é o que geralmente acontece... nem um nem outro. Bastidores, nessas situações, são coisas tão positivas: mil mulheres trocando elogios, maquiagem, falando porcaria e se achando bonitas. Enfim, é algo bom e saudável (redundante?!). Ainda na linha "o que os outros vão pensar", fiquei pensando em situações inesperadas, tipo cruzar na rua com alguém que está chorando. Não lembro da última vez em que estive nessa situação, mas há pouco tempo me acometi de um sentimento blé e emo e fiquei mostrando lagriminhas em público. Haha. Tipo que eu estava na parada de ônibus e as pessoas recuavam uns passos e ficavam me observando. Achei aquilo engraçado. Depois, na lotação, as pessoas olhavam para o banco vazio no meu lado e vinham correndo sentar, daí do nada resolviam que o melhor lugar era aquele lá do fundão. Não que eu pense que tenha movido o mundo com isso, mas achei realmente tetiante. Gurias chorando, em especial, são cenas perturbadoras. Irritantes, às vezes, principalmente quando são contínuas... mas, enfim, perturbam mesmo. Acho que isso se relaciona com o leque de infinitas e aleatórias possibilidades de razões. Garotas são confusas. Mesmo. Não vi muitos homens chorando, mas pelo menos os motivos deles parecem mais "certos" (definidos). A tristeza deles parece mais razoável. Mudando totalmente o rumo do assunto... nossa, eu me sinto tão Ivy! Tão Ivy. Adoravelmente imperfeita e feliz e zaz. Realmente, o importante é a gente se reconhecer. Se reconhecer e ser capaz de assumir nossas ações. Pronto. Aprovação é um assunto limitante. Você gosta dos seus amigos do jeito que eles são, e nem sempre o jeito se mantém. E nem assim o afeto vai embora. Eu gosto da certeza das amizades, realmente gosto. É o que me faz admirar mais esse tipo de relacionamento do que algum dito "mais sério". Claro que o envolvimento é diferente, mas ah... puxa, eu detesto a classificação toda. Eu não "fico por ficar", como diria alguma revista feminina para adolescentes bregas. Eu fico perto de quem eu gosto, pra mim funciona desse jeito. E é essa proximidade que justifica tudo, não um status diferente no orkut ou um anel no dedo. Que se explodam os anéis e toda essa simbologia, se a moral de tudo é acabar com um contrato de amor eterno. Eu não prometo nada a ninguém, não sei quem vou amar amanhã e nem quero saber. E que bom seria se todos fossem livres e desprendidos. Acho tão puro e tão bonito o 'medinho' de perder. Constância é tão não-afrodisíaco. E eu gosto de poder ser eu: vestir o que eu quiser, falar a merda que eu quiser, cantar como eu quiser. Meus amigos me respeitam, acharia engraçado que alguém com a pretensão de superá-los não fosse capaz disso. Enfim. Em poucos dias, será Natal e chega 2010 e toda aquela baboseira de que tudo será diferente. Eu sempre faço um post-de-fim-de-ano reclamando sobre como isso é clichê e não pretendo mudar a rotina dessa vez. Abaninhos para vocês, tá muito calor para dar abraço!





Vontade de postar mil músicas aqui, mas isso seria bananice. Acho que vou voltar a criar "Top 5's". E ainda tenho que colocar tags nos posts antigos, oh meu deus!


quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Guess I'm Doing Fine

Oi, voltei. Nossa, não faço idéia do que as pessoas andam escrevendo, nem lembro quando foi a última vez que eu escrevi. E, putz, não respondi algumas mensagens e me sinto tão culpada! Eu vou fazer isso semana que vem, e pedir as devidas desculpas. Sei lá. Eu acho engraçado como o blog se tornou parte da minha vida. Hoje tive meus momentos bregas e meus momentos de impaciência. E, apesar de morrer de vergonha pelas tempestades em copos d'água completamente desnecessárias, elas foram úteis para eu ver coisas que dificilmente em outras situações eu veria. É tão bacana quando se percebe que existem pessoas bacanas. Não que eu duvidasse disso, ou que eu ignorasse a bacanisse de pessoas que são queridas pra mim. Enfim, foi só um comentário. E não queria que ele fosse mal interpretado. Nossa, eu tenho dormido tão pouco, e lido e feito tanta coisa para a faculdade. E, no fundo, essa falta de tempo tem sido tão proveitosa. Minha turma está tão unida e as pessoas, em geral, têm se doado tanto. Eu não sou recordista de momentos felizes na escola, então me emociono quando as coisas vão bem. E, nesse quesito, vão realmente bem. Descobri um mundo musical que me deixa "esperneando", sei lá. Porque eu gosto das músicas desse mundo que eu conheço, mas elas representam uma parcela ínfima de tudo, e isso é meio assustador. Eu odiaria ter que dizer "é só música", porque não é "só música". Música nunca é "só música". E eu defenderia isso com todas as notas que eu não sei e palhetas que eu não tenho. E eu devo ter, mas estão por aí. Tipo o meu D12 roxo, que eu não lembro de ter efetivamente usado. "Efetivamente". Sabe, essa é uma palavra que eu acho gozada. Tenho uma professora que fala isso freqüentemente, e sempre que ela fala eu esboço um sorriso e fico pensando o que exatamente significa isso no contexto. É que tem palavras que, se a gente for pensar, não acrescentam nada. Mas isso é triste demais para esse horário. Ah, eu estou encantada com o universo das diferenças. Um encanto bom e ruim ao mesmo tempo. Fico feliz que todos não sejam da mesma maneira. Cheguei não faz muito tempo da aula, e hoje conversamos muito sobre segunda e terceira infâncias. As aulas dessa disciplina tendem a ser as mais divertidas. Falar de criança é divertido, gostando delas ou não. E a gente sempre percebe que continua agindo meio infantilmente às vezes. Ainda bem. Na minha vida pessoal, eu tenho encontrado algumas dificuldades não exatamente comuns, eu acho. Não que eu pense que todos os relacionamentos interpessoais são óbvios, mas acho engraçado como os meus problemas soam incomuns. Falei isso por falar, porque não faz sentido eu discutir isso aqui. Não é o caso de discursos do gênero "como eu sofro" - quanto a isso, todo mundo sempre pensa que é a vítima mais infeliz da história e, no fundo, cada um está certo à sua maneira. E chegou mais uma fase de crise de cabelo da minha pessoa. E, nessas horas, a gente sempre tende a encontrar na rua pessoas que recentemente se tornaram ex-cabeludas e coisas do gênero. Ora, é só mais uma mulherzite. Falando em mulherzite, eu estou também naquela fase de profundas reflexões a respeito de decisões passadas. Parte da minha biografia é inexplicável por definição. Nem eu mesma sei definir o que eu sinto ou penso algumas vezes. E esse ano está tão longo, tão longo. Para mim, quando mudou o semestre, mudou também o ano. E é meio assustador pensar assim. Me dei conta de que não vi setembro passar, nem outubro, nem novembro. E isso não quer dizer que eu não tenha aproveitado: pelo contrário, eu tenho me sentido incrivelmente útil. Tão útil que não dou conta de tudo que há pra fazer... mas, ok, eu tenho tentado. Vi filmes tão legais, e comprei tantos livros, e tive conversas maravilhosas. Acho que eu sou apaixonada por risada. Vence a melancolia da solitude, a beleza daqueles silêncios de pôr-do-sol. Mesmo que palavras não sejam necessárias às vezes, mesmo que os gestos criem histórias... mesmo com tudo isso as risadas têm o seu valor. Ah, se têm! Uma amiga minha dizia que, antes de qualquer coisa, buscava alguém que a fizesse rir. E, é verdade, isso é genial. Sabe, é impossível ser feliz sozinho. É realmente impossível ser feliz com essa pretensão. Se, por agora, eu não vejo a hora de ver o ano acabar, de entrar em férias e etc. e tal, é porque eu realmente estou ansiosa para aproveitar ainda mais. É a velha história: não importa o que será feito, mas todas as outras variáveis. Se chove, tem seu charme. Se chove muito, se torna engraçado. Se chove muito, mas muito, e a gente pega um resfriado, sei lá. Mas vale a pena igual. Tenho pensando um monte na consistência das minhas reclamações (?!), e eu acho que a essência da coisa é realmente senso de humor. Eu sei que parece não fazer sentido. No fundo, eu acho natural não gostar das coisas e querer exprimir isso. Chato é bancar o legal e fingir que está tudo bem. Enfim. Eu quero ver se escrevo um monte agora... sim, eu disse isso para umas pessoas há uns meses e foi a mesma coisa que nada. Mas eu ando empolgadinha e com mil teorias falidas para explicar o mundo. Acho que parte de mim realmente é meio Bob e anda de bicicletinha vermelha pela casa.




terça-feira, 3 de novembro de 2009

Passenger Seat

Se eu fosse escrever tudo o que eu pensei nos últimos tempos e abordar cada assunto em um post seriam muitos e muitos textos desconexos e um tanto inacabados, eu acho. Eu tenho uma mania defeituosa de não concluir as coisas e, com freqüência, minhas opiniões acabam entrando nessa lista. Isso deve fazer parecer que eu sou mais indecisa do que eu geralmente sou. Na verdade, eu tenho um senso de justiça meio curioso. Eu detesto quando acho geniais pensamentos ultrapassados e, às vezes, irracionais. Tipo eu adoro aquilo de "olho por olho, dente por dente". Mas sou contra a pena de morte. Mais ou menos contra. Em caso de prisão perpétua, o condenado deve morrer de uma vez. Mas igual, eu não acho que deva existir algo que acabe com "o direito maior", que seria o da própria vida. Ok, meu discurso soa religioso. Eu nem queria falar disso mesmo. Fato é que eu tenho dado conselhos à minha mãe sobre coisas que, no fundo, ela deveria me alertar. Isso é um tanto estranho. Mesmo que seja coisa de mulherzinha, e mesmo que eu pense que a diferença de idade interfira aí de forma positiva. Sabe, aquele negócio do "dia seguinte" é mesmo verdade. A experiência dessa vez não foi constatada diretamente por mim, e isso reforçou minhas crenças. E, sabe, não acho mais que exista isso de "me apaixono facilmente". Sei lá, as pessoas são como são e nós gostamos delas ou não. Tudo bem, existem as variáveis (humor, contexto, blablablá), mas nada é maior do que a empatia. Sabe, é algo que se vê de longe. E nessas de pensar em amorzinho pra lá, amorzinho pra cá, eu comecei a questionar a poligamia e coisas assim. Eu pensava que casamento era uma coisa desnecessária. Tipo mais um motivo para fazer festa, brindar a hipocrisia da eternidade e blablablá. Eu acho bonito o "forever", só não gosto da pretensão de fazer o relacionamento durar. Eu penso que a própria preocupação já corrói a naturalidade da coisa. A aliança no dedo transforma a confiança em promessa, dívida, sei lá, obrigação. E o que muita gente enxerga como sendo um símbolo de, nem sei, um símbolo de algo bonito, de um laço de união, me parece muito aquela insegurança que te faz querer mostrar para os outros como você não está sozinho no mundo. E eu acho porco qualquer tipo de exibicionismo nesse sentido, ou essa coisa de fazer o que todo mundo faz sem um bom motivo. Ok, em várias fases da vida o fazer-o-que-todo-mundo-faz é um problema. E então eu comecei a ver o casamento como algo meio "ano novo". Tipo eu não acho que o amor seja necessariamente progressivo e divido em fases. Namoro, noivado, casamento, filhos, lalalá... sabe, essa rotina é meio triste. Você já sabe onde acaba. É sem graça. Eu gosto da liberdade de pensar que o afeto é o que basta, que uma cerimônia não vai tornar tudo mais importante. Eu devo ser meio perturbada. Não queria ver minhas Barbies casarem, mas saber por que elas "já vinham com calcinha". Tipo por que não fazem bonecos com genitais? Ok. Silêncio. Enfim, acho que o hábito do casamento funcionaria como acontece todo o ano, quando abrimos a champagne e pensamos que tudo vai mudar, que o mundo está se renovando e a vida é bela e tudo mais. Eu sou pessimista mesmo, mas acho que é por aí: dia primeiro você acorda de ressaca e, enfim, o mundo só parece diferente porque você (eu) não faz nada da vida e provavelmente está de férias. Grande coisa. Acho que o casamento serve pra dar esse ar de que o tempo passou e tudo pode ser melhor. Mesmo que estatisticamente isso seja mentira, fail total. Falando assim, me lembrei de um livro muito bom, pelo qual eu conheci Sonic Youth. A guria do livro era muito afudê e tinha todo um jeito de falar que era muito único. Enfim, me gusta. É meio mal eu falar assim de casamento, sendo que eu fui em um há uns dois dias e, pra ser franca, eu me emocionei. Na verdade, eu fiquei mais emocionada com a irmã da noiva. E não fez muito sentido. Eu tenho em dvd imagens muito engraçadas de quando éramos pequenas, e eu acho que fiquei mentalizando isso. Eu realmente fiquei fascinada quando descobri esses vídeos, porque eu me vi bebê ou com poucos anos e, sei lá, é engraçado quando você se vê assim. Tudo deveria parecer mais colorido e feliz. Sabe, eu não tenho jeito com crianças, mas eu realmente admiro a inocência delas. Enfim, a inocência de tudo que não perdeu sua essência. Eu gosto de tratá-las como adultos, porque lembro de ser tratada como criancinha quando eu já era maiorzinha, e eu odiava ouvir os adultos falarem agudinho e se abaixarem, como se eu fosse uma anã retardada. Não que eu não seja. Silêncio. Hahaha. Ok. A minha psicóloga tem a mania de fazer a gente refazer as frases, tipo: ao invés de dizer "tô uma baleia", dizer "eu sou uma pessoa legal e vou melhorar o meu peso". Não tão bobo, mas tipo isso. No fundo, isso me faz rir internamente. Para algumas pessoas funciona, mas sei lá. Meus problemas de auto-estima são criados por mim, e faz parte do meu divertimento me ridicularizar. Porque eu gosto, porque eu acho importante rir das coisas. Rir com as pessoas, e rir das pessoas. Eu rio de mim, quero permitir com que façam isso também. Sabe, eu acho meio chata essa aura de pecado que existe quando se faz uma fofoca ou coisa do gênero. Tudo está sujeito à crítica, ao preconceito, a uma opinião, a um julgamento. Por mais individual e interno que isso seja, o silêncio não impede que isso ocorra. Enfim, acho bárbaro quem sabe rir de si e fazer bons comentários com e sobre os outros. E eu adoro pessoas sinceras. Sinceras e espontâneas, cansei de repetir isso. Acho que é o que falta no mundo - a tal da espontaneidade. E eu penso que há diferença entre ser fiel e ser confiável. Eu detesto aquele discurso estilo "busco alguém fiel" de progama de namoro da tevê. Acho lealdade algo bem mais digno. Enfim, stop it. Andei pasma com o egoísmo absurdo de conhecidos, e a insistência em realizar trocas falsas de adjetivos. Sabe, as pessoas ficam realmente melhores ao vivo. Acho que, desse modo, certas situações não acontecem. E que bom seria se assim fosse todo o tempo. E eu acho bonitinho ser tímido. Acho mesmo. E eu fiquei dizendo pra minha mãe "não depender da bagunça da vida dos outros", o que é um tanto Amélie Poulain da minha parte. Eu tenho um pouco de medo desses comerciais pseudoinformantes sobre transtornos alimentares. No fundo, eu não sei como a gente sabe se o que a gente percebe é o que é. Filosoficamente, não existe a determinação do real. Ok. Sério, recentemente vi dois filmes muito bons. E um muito muito chato. E eu acredito cada vez mais no senso de "voutefuder" dos professores. E, curiosamente, no senso de puxasaquismo. Mas eu não deveria falar disso. O fato é que tá calor, e eu odeio calor. Tenho uma lista musical bem novinha e muito ótima. Eu gosto de quando consigo me espelhar em alguém. E eu gosto da sensação de 'querer cuidar'. Eu passaria noites em claro ouvindo música, falando de cicatrizes e pintando paredes. Acho que estou gostando de ser eu. De novo, e diferentemente. E tem uma coca-sem-gás me esperando na geladeira, beijos. Outro dia falo sobre a hipnose e a briga interna que ocorre nesse momento.




terça-feira, 6 de outubro de 2009

Gold Soundz

Ele parou o carro no posto de gasolina. Deixou o cara do posto enchendo o tanque e entrou na lojinha para comprar chicletes e coca-cola. Quando ele começou a se aproximar, eu fechei a janela do carro - deixei que o vidro escuro me deixasse quase invisível. Eu me sentia melhor assim, gostava de observá-lo sem que ele percebesse. Voltou com duas cervejas, os chicletes, a coca e uns três pacotes de bolacha. Pegou a chave com o cara e, uns segundos depois, estávamos de volta no asfalto. Durante a viagem, ouvíamos qualquer coisa. Digo isso porque nosso gosto era mesmo parecido. Músicas, livros, filmes e todas essas coisas que parecem dar mais sentido e personalidade às pessoas. Não exatamente tão clichê. A pretensão não era voltada para uma tentativa de fazer nascer qualquer porcaria de sentimento, apenas existia a intenção de aproveitar os acontecimentos. Se temos que viajar, que seja legal. Se queremos viajar, e queremos ir juntos, ok. Simplesmente ok. Estrada, noite, vento e música - nada errado. Eu sempre gostei de ficar olhando para o cabelo dos outros, mas, com ele, minha atenção sempre se voltava para sua barba enigmática. Eu falo isso porque nunca soube se ela era como era propositalmente ou por preguiça, acidente, qualquer outro motivo aleatório. Eu gosto de coisas inusitadas, e barba por fazer, e pessoas que se vestem bem porque realmente combinam com o que vestem (e não, necessariamente, porque combinam as peças ou coisa que o valha). Ele dirigia com uma mão na direção, falando besteira atrás de besteira. E como eu adoro besteira! O fato é que eu ri muito durante a merda da viagem. Aquelas seis horas passaram muito, muito rápido. Devo ter ouvido os melhores cd's do mundo e dito todas as coisas que me passaram pela cabeça. E, quando ele falava, eu ficava olhando a boca dele se mexendo. E pensando na barba, na maldita barba. E em todo aquele cabelo, que eu não hesitaria em bagunçar. Acho que uma das minhas marcas é despentear as pessoas. Tipo isso. E ele falava e abria tanto a boca, como se fosse comer o mundo com as palavras. E eu achava graça, eu sempre achei graça. Do lado dele, eu me sentia como uma música dos Pixies, um clipe de Killers, sei lá. Lost in Translation com o humor de Skins. Whatever. O fato é que madrugada combina com humor porco, e revelações, e todas as coisas sinceras e longe de serem avaliadas como certas ou erradas. Certos segredos só se vivem com estranhos. E é legal ter do seu lado uma pessoa de barba enigmática - ajuda a manter o ar impessoal. Eu me enrolei num casaco, encostei a testa no vidro e fiquei vendo as árvores se tornarem borrões no escuro. Sempre me pergunto o que eu faria exatamente se, do nada, estivesse do lado de fora do carro no meio do caminho entre uma cidade desconhecida e outra-que-sei-lá-qual-é. Ele me contou sobre suas férias de seis anos atrás, sobre sua relação com sua irmã, enumerou os defeitos da antiga escola e fez umas trocentas listas sobre todos os álbuns que eu tinha que ouvir. E me falou dos amigos, de como aprendeu a tocar baixo e todas aquelas histórias que eu gostava de ouvir repetidas vezes - apesar de ele raramente repetir alguma. Sempre tinha algo novo pra contar, uma nova porcaria que algum infeliz tinha feito. Eu gostava de fazer parte daquilo, gostava de estar ali comentando tudo abertamente. Trocávamos xingamentos e depois ele sempre me abraçava daquele jeito diferente. Grosseiro e afetuoso. E extremamente "dócil". Dócil é uma palavra estranha, mas se encaixa nessa situação. Por vezes, sentia vergonha por alguma grande merda que eu dizia. Daí, ele olhava pra mim com aquela cara de indiferença e dizia que eu tinha que agir assim mesmo. Grande merda mesmo. E, realmente, grande merda. Acho que as boas coisas realmente nascem daí, dessa espontaneidade, desse "eu sou assim mesmo" - que torna os erros apenas enganos passageiros (e pronto). Tudo é mais simples se é espontâneo, se ocorre naturalmente. Tudo cru. Cru. Cru é uma boa palavra, e é do tipo que ninguém fala ou escuta com muita freqüência - a não ser quem trabalha em uma cozinha. E eu sei lá se ele sabe cozinhar. Sei que a gente come qualquer coisa, como escuta qualquer coisa. Qualquer coisa, menos pastel de palmito com massa integral. Sabe, se eu for pensar bem, ele é organizadamente desajeitado. E eu adoro isso. Adoro pessoas que não parecem perfeitas e acabam se passando por isso justamente por serem exatamente como são. A gente dividiu a coca, acabou com os chicletes e se divertiu cantando rap e falando mal de quase todo mundo. Isso era uma coisa que eu admirava nele, esse "quase". A linha tênue entre o fazer ou não, que acabava silenciada no não. O silêncio, o silêncio dele era outra coisa que me intrigava. E, quando vencíamos a distância, e a barba se aproximava do meu rosto, eram seus olhos inusitados que me roubavam a atenção. E eu gosto de como grande parte da história é besteira, grande parte se resume em barba e cabelos e roupas. Nem só de subjetividade vive uma pessoa. O que é externo e visível importa, importa porque também agrada. E desagrada. E eu não sei se agrado. O fato é que eu continuo fechando a janela toda vez que ele se aproxima, numa tentativa de me esconder e poder observá-lo à vontade, livre da minha identidade e da responsabilidade de ser eu. Tem pessoas que me agradam tanto que, nem sei, me fazem querer estar por perto, mas escondida. Não seria insegurança. Talvez eu seja desajustada também. E grosseira, às vezes. Tanto faz, ele não se importa com essas porcarias. Ele é desses caras que fazem a gente ser a gente, defeituosamente a gente. E do jeito bom e lindo também.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Fat'bottomed Girl

"Sexo verbal não faz meu estilo
Palavras são erros e os erros são seus
Não quero lembrar que eu erro também

Um dia pretendo tentar descobrir
Porque é mais forte quem sabe mentir
Não quero lembrar que eu minto também"


Esse trecho de "Eu sei" tocou em boa hora: estava conversando e refletindo sobre o ser humano - o ato propriamente dito. Ok, não exatamente tão vago assim... O assunto é mais direcionado para situações "dolorosas". Sim, vale a idéia de que o sofrimento é opcional (a velha história) - transformar o luto em melancolia é só para os artistas... Tenho um amigo um tanto Shakesperiano, e (sei lá se ele sabe disso) sinto um superorgulho da atitude (um tanto romântica) dele de mostrar suas fraquezas, pedir auxílio e, enfim, não bancar o machão insensível. Não pretendo dar início a um discurso do gênero "mulheres gostam de caras sensíveis", a idéia não é nem de longe essa. E nem sei se gostam ou não. Pouco importa. Ele está mais maduro, menos dramático talvez. E anestesiado (eu gosto dessa idéia). Depois de um tempo, independente do aprendizado que adquirimos e da freqüência das decepções, acredito que vamos nos acostumando com os fatos e sentindo-os menos a cada vez que se repetem. Não é que sejamos tolos a ponto de deixarmos tudo acontecer do mesmo jeito, não é mesmo. Cada caso é único. Enfim, só queria dizer que acho bonita a verdade, acho que as lágrimas são dignas - foda-se se o responsável por elas merece ou não. Foda-se. Umas das coisas mais admiráveis pra mim é justamente a grandeza de cair e levantar. No palco, na vida, anywhere. Eu falei sobre isso aleatoriamente. Não me identifico com essa situação. Na verdade, fiquei pensando que eu adoro (mesmo) relacionar amigos com personagens equivalentes [?]. Até hoje, acho que só fiz isso com dois. Lestat/Louis e Arthur. Ok, o primeiro exemplo ficou meio infeliz. Mas eu gosto dos dois, acho que se completam. E o Arthur, ah... Nossa, sou apaixonada pelo Rei Arthur. Arthur, Morgana, Merlin, Vivian, blablablá... Quanto ao Holden Caulfield, sei lá... eu sou ele, é meio arriscado desejá-lo na minha frente. Fora que ele é um tanto cinza. Mas um tanto cinza mesmo. Tem dias que nem eu me agüento. Mas , enfim, o Holden é eterno. Eterno. Por falar nele, hoje eu vi a terceira edição (terceira!) do Apanhador em cima de uma mesa e, ai, babei. Bons livros quando são velhos são tão mais atraentes. Ai ai. Nossa, estou muito emocionada com as aulas. Tipo muito mesmo. Aquilo de chegar em casa exausta e ir correndo ver o que tem pra fazer. Nesse domingo, bizarramente eu senti falta de ir pra UFCSPA. Senti falta das pessoas, dos comentários, das risadas. Às vezes, é verdade aquilo que dizem sobre uma janela se fechar e uma porta se abrir. Sou meio teimosa, mas procuro manter a cabeça aberta. Sei lá, eu sou boazinha. Não do tipo padrão, é claro: eu invento apelidos e sou um tanto cretina mesmo. Mas sou boazinha. Acho interessante o diálogo, necessário ceder, fundamental respeitar. Não é uma boa idéia do destino me fazer pensar que minhas primeiras impressões, meus primeiros julgamentos, estão certos: mas é delicioso poder pensar que minha intuição é generosa comigo. Ok, essa frase ficou estranha. Sei que ando falando com gente diferente, que tem me surpreendido litros. E tem sido ótimo. Cada vez mais eu me acho meio esquisita por ser a saiazinha entre as bermudinhas [?], mas, no fundo, é o que me faz bem. Acho que os caras te mantêm no lugar, gurias te puxam pra lá e pra cá. Ah, não quero explicar isso. De qualquer modo, sou aberta. Gosto de cuidar dos meus amigos, gosto mesmo. E tem sido um ótimo período pra isso. E eu estou parando de roer unhas do nada. E comendo menos chocolate (mas isso aí não reflete exatamente a minha vontade...). Eu acho engraçado quando sofro com essas mulherzites do tipo se identificar profundamente com "Bette, a feia". É tão fácil conhecer o inferno às vezes. Enfim. Ui, achei muito profundo e exagerado o que eu disse. Eu queria ficar falando sobre qualquer coisa, mas foi inevitável falar de mim. Acho que estou bem. Não tenho certeza, depende do momento. Depende de o quanto eu estou disposta a refletir sobre minhas atitudes de uma maneira justa para mim e todo mundo. Eu sou trouxa, sou trouxa o bastante para me ferrar no lugar dos outros. Mas é puro egoísmo isso, puro egoísmo segundo a filosofia. Infeliz como parece que eu estou propaganda de "Ivy, a coitada"... Nem é isso. Sabe, ainda que eu me ferre, eu faço o que me faz bem. Se eu achar válido me ferrar, eu me ferro. E acho que ultimamente eu estive suportando muitos problemas que não eram meus - não estou tão disposta a me sujeitar a certas situações. Continuo sendo uma "pessoa substituta", do tipo que quer te deixar bem a todo custo. E continuo me identificando com a Clementine, mesmo que não deseje a história dela. E, antes de tudo, continuo exercendo meu papel de "pessoa-que-espera". Só que eu cansei por ora, só isso. Festas animadas, com gente esquisita e gente linda, têm me alegrado, me feito pensar. Mais do que nunca, tenho adorado ser a dona da casa e a dona da minha vida. O final foi só pra fechar com estilo, porque a preguiça de escrever mais bateu. São 04:18 no relógio. E, sei lá, não estou "blé". Me disseram que pareço mais insensível e estou mais fechada. Talvez. Creio que sim. Mas continuo sendo eu, seja lá o que isso signifique. Estranha necessidade de ser abraçada em conflito com a vontade de evitar qualquer contato. Ok, não necessariamente qualquer contato. Mas odeio os nordestinos e analfabetos que surgem no msn. De novo não é um bom "final". Ok, acho que fica mais bonitinho se eu disser que estou com vontade de caminhar por aí e falar merda em boa companhia, comendo balas de gelatina ou qualquer coisa que me faça pensar que minha barriguinha é de felicidade [?]. Ou não. Beijo pro meu pai, pra minha mãe, e pra você!

domingo, 9 de agosto de 2009

friendshit

Eu fiquei superafim de escrever, me senti inspirada pelo clima chuvoso ao extremo e a little bit pressionada porque o último post foi escrito há certo tempo... Acabei de ler um texto do Gui que me deixou super pensativa, e me deu vontade de ficar falando aleatoriamente de novo - eu tinha perdido um pouco a empolgação inicial depois de ficar relendo umas coisas que eu postei aqui (li "Né" e achei meio assustadora a forma com que eu poderia escrever quase a mesma coisa num dia desses. exceto a parte do banheiro, que eu achei extremamente desprezível). Eu queria escrever uma daquelas historinhas bestas de ficção, não exatamente cheia de diálogos, mas a vontade de continuar escrevendo enquanto Ivy é bem maior nesse instante. Sabe, eu odeio quando a inocência acaba ficando mais próxima de ser um defeito. Por situações traumáticas de quando se é uma criança e está crescendo e por reforço às idéias de Holden [Caulfield], eu fico realmente tocada com o jeito que inevitavelmente somos corrompidos. Ok, exagero - e não necessariamente tudo a ver uma coisa com a outra. O fato é que eu acabo sendo mais tola do que deveria, às vezes, por tentar manter um ponto de vista 'virginal' sobre as coisas e pessoas. Eu me irritei mesmo quando, depois de esclarecer intenções, a pessoa tirou da manga uma série de bobagens e blefes. Não tenho nada contra perdoar erros, equilibrar a culpa - fazer cada um assumir a responsabilidade por seu papel -, conversar e tentar recomeçar. Gosto dos vilões, dos disfarces, das estratégias - gosto da maldadezinha bem empregada. Só não gosto de jogo sujo, de envolver na farsa alguém que não tem nada a ver com a situação (e muito menos tem chance de se explicar). Não estou tirando meu corpo fora, realmente fui muito idiota e imatura ao deixar me influenciar por uma visão alheia a tudo e completamente pretensiosa. Em horas assim, me lembro de antigas conclusões que se tornaram metas ao longo do tempo. Como pude esquecer que só quem tem o poder de falar sobre suas emoções é a própria pessoa?! Enfim, tudo se torna motivo quando se busca o caminho mais fácil - o de seguir o que é aprazível, ainda que irreal. Ou isso ficou uma coisa confusa e impossível de entender, ou ficou óbvia (e, de repente, um tanto revoltante. sei que não deveria deixar certas coisas tão esclarecidas em 'lugares públicos'...). Ok, vou ficar devendo um post-tentativa-de-ser-super-bom-ou-no-mínimo-entendível. Sorry, guys. Tempestade em copo d'água ou não, fico super contrariada quando vejo que não mediram as conseqüências antes de falar certas coisas - não no sentido de 'hohoho, vocês não sabem com quem estão lidando - vou me vingar!', mas lembrando que, em certas situações delicadas da vida, uma palavra com um sentido ambíguo ou uma mentirinha podem realmente ferrar tudo.

(um post tão pequeno e tantos marcadores, ora pois!)





quinta-feira, 30 de julho de 2009

you found me

Eu acordei com um sonho ruim, mas acho que pior do que ele foi mesmo ter que acordar sem ter uma certeza de que ele estaria mesmo distante de se tornar real. Acho superengraçado quando eu estou tão brega a ponto de isso ser comentado. Vergonhazinha pelo penúltimo post. Cara, ando escutando muito The Fray e descobri que Little Joy é tri legal. Queria ver se termino de ver um filme hoje de noite, e termino mais umas últimas coisas da roupa das apresentações. Sexta vou ficar correndo pra lá e pra cá e todas as minhas atividades desse dia oferecerão apenas 50% de chance de serem boas [?]. Enfim, eu quis dizer que tudo será na base da supresinha. Mas acho que será ok. Não tô tão ansiosa pra sábado quanto eu estaria no ano passado, mas acho que isso é um bom sinal. Mais poder, mais responsabilidade... blablablá. Querendo ou não, acho que todos somos capazes. Mas aí já misturei as coisas. Tenho lido bastante os blogs dos outros, me identificado com alguns textos, enfim. Acho tão legal quando as pessoas escrevem e, de algum jeito, eu consigo enxergá-las nos textos (digo elas são sinceras e escrevem bem sobre si mesmas). Eu tô bem, tô toda embaralhada. Acho que algumas certezas que, de repente, eu mostrei aqui nos últimos tempos estão mais fracas. Me acostumei com as férias, não sei como será o recomeço: novo semestre, a velha rotina de um jeito diferente. Falei com pessoas com quem o diálogo foi praticamente inexistente nos últimos meses, e foi legal. Sei lá, algumas coisas não mudam. Existe o lado ruim disso, mas também existe a segurança. Eu gosto do sabor da nostalgia - ainda não sei conviver com a agonia de tudo, mas gosto do bege das memórias guardadas. Eu tenho pensado que realmente as pessoas (eu me incluo aí, of course) não têm noção do poder das palavras. Cada história que eu escuto, cada coisa que eu vejo acontecer... Não sei quando a melhor saída é o protesto, ou se bancar o indiferente sempre é o ideal. Existem situações cotidianas que se tornam um saco se a gente não se impõe desde o início... Enfim. De algum jeito muito esquisito, minha aparência de menor de idade tem sido questionada - isso é mais infeliz do que parece. Não que seja a pior coisa do mundo parecer ser mais novo do que é - na verdade, eu gosto -, mas, às vezes, se torna um saco. Existem pessoas que eu conheço que têm a péssima mania de classificar as dores - comparar o que cada um anda vivendo e dar um diagnóstico apontando o que é pior. Ah, ridículo. Ok, me deu uma coisa e senti vontade de parar.



Ok, eu andei vendo bastante o clipe de "She will be loved" (Maroon 5). Acho bem tetiante.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

"I love everything about you that hurts."

oi, eu não sei jogar. quer dizer, a gente sempre acha que sabe - apesar de eu, particularmente, achar desnecessário tentar acreditar que é possível tratar isso como um conhecimento a ser adquirido. pessoas são pessoas, relacionamentos são relacionamentos. tudo muito ímpar, muito diferente, muito incomum: as histórias parecem se repetir, mas não... simplesmente não.

eu disse isso porque, não sei, eu tenho essa mania de achar que a sinceridade pode transformar tudo. não há razão em dizer que eu não me importo se, no fundo - ou não tão fundo -, eu me importo. eu me importo, eu me importo mil vezes se for preciso. me importo. pronto.

e ler - ler que sim, ler que não, ler que tudo ao mesmo tempo - é tão estranho. desconfortavelmente reconfortante. agoniante, mas bom. estranho, puramente diferente do habitual. "diferente do habitual" - quanto eufemismo... não, não vou amenizar quando o que eu sinto é necessidade de gritar, de explorar meus limites em relação ao meu estado.

esperar? ok. direi o que for necessário dizer, ouvirei qualquer coisa como resposta. será assim, espontâneo e doloroso. posso ficar muda, mas não vou calar a boca. não tenho que fazer isso, não sei fazer isso. sou tola, talvez, por não jogar. e o que é esse jogo? quem foi que disse que eu estou jogando?

não sei o que pensar, o que sentir, o que entender. e acredito que a gente passa a maior parte do tempo sem saber, só que não dá bola. a gente só faz, faz o que acha, o que a intuição diz pra fazer. e não se importa até ver o resultado. essa coisa de se importar desde antes é típica de quem está confuso, de quem não sabe ou não quer jogar.

eu faria quase qualquer coisa, como sempre foi. e continuaria jogando, jogando do jeito errado, mas me divertindo. a única regra imposta era não derrubar a bola preta, mas foi só o que eu consegui. merda. mil vezes merda.



Sacanices

Se tem uma coisa sacana de se fazer é já agradecer a alguém por um favor ainda não atendido: é como se a pessoa fosse obrigada a fazer o que se pede. Mais sacana ainda é fazer aquelas declarações de amor vergonhosas em público. Puxa, faria uma lista de coisas sacanas. Acho sacana o Programa do Didi, ou seja lá o nome que isso tenha. Hoje eu estou num desses dias em que você acorda e quer proteger as crianças da maldade do mundo (eu espero que todos já tenham tido ao menos um dia assim...). Mudando totalmente de assunto, ontem eu vi a estréia de um programa extremamente revoltante. Quer dizer, eles juntaram tudo de essencialmente "mulherzinha" num lugar só. É como se fosse a versão audiovisual da revista Capricho ou algo assim. Eu realmente acho curiosa minha paciência para com alguns programas de televisão. Fico pensando se quem assiste às porcarias fica realmente contaminado ou, sei lá, se sente em parte triste por estar perdendo seu tempo. Ok, lamentável e nojentinho da minha parte. O programa tem como objetivo ajudar pessoas (até então, só vi meninas nas propagandas) que estão na fossa, com dor de cotovelo, esse tipo de situação. E, para te tirar da rotina de cama e gula, te fazem fazer coisas ridículas. Eu fiquei passada quando vi a moça queimando bichos de pelúcia num fogão no jardim de casa - ok, se livre das suas lembranças, mas doe os brinquedos. E, enfim, queimar coisas não é legal. Ela ainda ligou para o ex-namorado para dizer aquelas coisas do tipo "não me procure, vou ser feliz sem você - não vou esperar você querer voltar para mim". Tudo bem, foram adotados cerca de cinco passos - um deles foi dar um up no visual, é claro. Essa história de mudar o cabelo eu vejo em muitas pessoas - é, se eu dissesse que não sou uma delas, talvez não parecesse muito sincera. A moça "superou", inflou o ego e ficou se gabando quando o cara quis reatar o compromisso que eles tinham um com o outro. Eu acho um tanto infeliz essa coisa de "veja como eu não preciso de você"... Enfim. Eu estou sensualmente gripada de novo, o que me aponta que esse início de semestre não será tão diferente assim do outro. Ok, estou falando demais. É que me deu vontade, vontade de repetir que eu odeio camiseta polo amarela, que eu só como maionese quando misturada com batatas, que todo dia é dia de ver o sol se pôr, que vento nas maçãs do rosto me faz sentir bem, que o fato de eu dizer que não sou fã de alguma coisa pode simplesmente significar que não a conheço o suficiente. Não gosto de falar de músicas, não gosto. Não conheço quem está por trás delas, os gêneros em que se enquadram, a relevância que tiveram em seus países. Músicas e livros são coisas que se tornam importantes por si só, pelo valor que cada um - "em seu íntimo" - deposita em cada nota, em cada página. E eu não sei por que estou falando disso. Me perdi nos meus pensamentos comparando o vício pelo consumo de alguma droga ilícita com o nível crescente de exigência que vamos criando ao longo de nossas experiências. Sabe, eu acho que crescer é uma das coisas mais difíceis do mundo: não se "deseja" amadurecer. Mentira, acredito que isso seja desejável sim. Estou insegura quanto ao meu gosto por finais infelizes e à indiferença para com algumas coisas que, por ora, eu pensava ter. No fundo, talvez eu me mostre contraditória mesmo: quando alguém se diz indiferente, geralmente anuncia que ainda se importa. E a indiferença também é uma coisa sacana, se for pensar bem.



Maçã Verde

"As pessoas se dividem em dois grupos: o grupo das que não olham para trás em despedidas e o grupo das que olham. Eu não saberia explicar como acontece essa diferença, visto que eu não consigo evitar olhar - não importa se sou eu quem está caminhando ou o outro alguém. Ou os dois. Se dividem em dois grupos também aquelas que guardam cartas e presentes recebidos de seus amores - eu gostaria de poder dizer que os indivíduos que não olham para trás são os mesmos que não se desfazem dessas coisas (mesmo que pareça contraditório), mas não acho que seja bem assim. Seria muito fácil dividir todo mundo em grupos e esquecer que existem exceções - entre as semelhanças e diferenças, existe algo muito mais subjetivo e "incomparável" (incomparável porque não pode ser copiado, medido, nada do gênero). Eu não sei onde queria chegar falando disso, juro que não. Sabe, eu fico feliz quando vejo que existe gente que se liga em pequenas coisas, detalhes, coisas do dia-a-dia que podem parecer bobagem mas que, no fundo, são o que realmente importam. Cheiro, por exemplo: cheiro é uma coisa comum - as pessoas pensam se gostam ou não de cheiro de gasolina e sabem escolher entre um perfume e outro, mas nem sempre valorizam o cheiro nem sempre bom de um livro novo, de grama molhada ou qualquer coisa dessas. Ok, isso não foi um exemplo original. Acho geniais as associações aleatórias entre coisas, pessoas, sentimentos. Acredito que bastante gente usa a música como instrumento de reviver memórias - e isso nem deve ser proposital. Não diria que é mecânico, porque tudo que é mecânico parece frio e exato, e não dá pra falar de emoções assim. Sabe, resolvi me abrir um pouco e falar de maçã verde. Maçã verde, cara, maçã verde! Maçã verde é realmente uma das melhores invenções da natureza (diria "criações", mas "invenções" soa mais engraçadinho): bonita, gostosa, excêntrica... acho que o encanto vem mesmo da cor alegre que, nem por isso, perde a maldade das maçãs vermelhas. Enfim, maçã verde! Nunca parei para pensar se já conheci uma pessoa-maçã-verde, talvez por idealizar muito a fruta. E prefiro não o fazer: maçãs verdes não me decepcionariam, mas, pessoas, sim. É como gostar muito de roxo e ver que uma pessoa super rosa-choque se acha uma pessoa-roxo... Não, não é a mesma coisa. Só quem é devidamente uma pessoa-roxo entende. No momento em que me encontro, não sei a minha cor. Talvez esteja entre lilás e cinza. Eu fico pensando nessas pessoas que querem que tudo seja metodicamente perfeito, de forma forçada e doentia - não acho que a felicidade deva ser planejada: ela acontece. Acontece como um produto de fatores e escolhas que contribuíram pra isso. Hoje vi uma garotinha feiosa na televisão: ela parecia que não tinha pescoço, mas tinha um nome lindo (London). Tem nomes que já agregam características aos seus donos, e London é um deles. Mas acho que um dos mais carregados de alguma coisa, um dos mais fortes, é Emily: eu adoro Emily - para mim, ele é verde e um pouco triste, contornado por inocência infantil (e um pouco da crueldade dos pequenos também). Uma música diz que nada pode ser mais cruel do que uma criança. Eu não penso nada em relação a isso - se eu concordasse, seria uma cretina. Já falei disso por aqui, eu acho. Já falei das pessoas que não olham para trás e dessa música da Sonata Artica, pelo que me lembro. Eu sinto falta de não ter um cachorro, e falta de ter apego com alguém de poucos anos. Poucas crianças não-fictícias me marcaram, eu acho: a irmã da Isadora, um primo e uma pequena de Israel (na verdade, essa última me rendeu muitos pensamentos e momentos legais). E o primo de uma amiga minha - mas acho que, nisso, houve influência de um filme. Às vezes, parece que eu sou meio anormal, meio robô. Eu sou do tipo que olha para trás, que guarda tudo que é tralha, que sabe que existe a música certa para cada ocasião, que tem medo de coisas banais. Me surpreendo quando não falo o que sinto vontade de dizer, assim como fico dias me culpando por dizer alguma besteira que sai da boca para fora. Eu diria que as mesmas pessoas "orgulhosas demais para se desculparem por dizer besteira" são as mesmas que insistem em não olhar por cima do ombro em despedidas - talvez por que sofram com isso. Ok, não faz sentido. Não existe lógica nessa divisão: tem coisas que a gente faz por fazer, faz por hábito, faz sem querer, faz sem pensar, simplesmente faz. "Simplesmente faz". Como "simplesmente fazer falta". Essa deve ser uma ação intransitiva, seja lá o que isso quer dizer. O fato é que as pessoas precisam de um pouco mais de cor, um pouco mais de poesia e sensibilidade. O último olhar torna tudo um adeus, isso é muito perturbador. Oh céus, preciso de um bom livro com cheiro não tão bom, de um cachorro (de preferência pequeno e branco, ou um labrador, ou um yorkshire) e de maçãs verdes numa cesta bonita e florida. Ora, que cena forçada. Combinaria mais com uma Emily jovem. Uma London não trocaria as calças jeans gastas e a poeira do asfalto para um passeio no parque - London é um nome urbano e azul-petróleo demais. Eu arriscaria dizer que quem é London não olha para trás, ao contrário das Emily's. É isso: as pessoas estão divididas em London's e Emily's. E só."


segunda-feira, 20 de julho de 2009

Ivy9

Levando em conta que mais de metade das músicas de amor (que devem representar 90% do todo) são do tipo "fossa", achei engraçado como meu leque de letras-musicais-em-que-eu-me-encaixo cresceu repentinamente nesse mês. E se, por um lado, acho tudo isso um exagero, por outro, não acho que eu tenha tido a pior das reações. Nessas horas, me irrita pensar que "ombros amigos ganham braços" - eu disse isso ontem no msn, mas a pessoa com quem eu falava não entendeu. Não sei se ficou claro, mas de qualquer jeito não acho que eu deva comentar isso. Eu teimo em não ver algumas coisas, em insistir na minha interpretação dos fatos quando, na verdade, eu deveria considerar que nem todos vêem o mundo com meus olhos infantis. De algum jeito, mesmo que mais uma vez pareça exagero, é como se a confiança depositada fosse para o ralo. Eu sei que não deveria, mas acabo pensando no passado como um erro de cálculo - o passado que desenvolveu essa situação presente, foi dele que eu falei. Eu passei por uma semana de morte (talvez duas), depois me acostumei. Não arriscaria dizer que o arco-íris voltou a brilhar com todas as cores, mas pouco-a-pouco a nuvem cinza vai se espalhando pelo céu. Ou não. Mas, tanto faz, aceitei a situação. É apavorante quando você não encontra ninguém que entenda o que você sente - é claro, às vezes isso é o que reconforta (quando precisamos ficar sozinhos). E aquilo do "ridículo do sentir" me invadiu de tal forma que, enfim, me debilitou completamente. Ok, até parece que eu comprei uma cadeira-de-rodas ou algo assim... Ivy, foi só um tombo. Isso acontece quando você deixa seus tênis pelo caminho. Bah, as férias chegaram em boa hora. Tenho aproveitado (o fato de eu estar com a bunda nessa cadeira, às quatro e meia da tarde, não distorce isso), tenho visto gente bacana e ocupado minha cabeça com pensamentos diferentes dos que me perturbam quando ponho os fones de ouvido. Foi bom ver Juno de novo com o Shaolin, ouvir a voz da Thays, conhecer o lado mais humano (sensível?!) de algumas pessoas. Eu cresci um monte, estou alegrezinha de novo. Acho que nunca foi a intenção eu me tornar o oposto disso. Não estou nem um pouco "à caça" - nem um pouco. Acho isso extremamente vazio e seria um desfecho realmente deprimente para mim. Me basta sair e escutar músicas aleatórias, que eu não escutaria em casa - falar bobagem, tomar alguma coisa e arriscar alguma coreografia banana. Me basta, mas nem preciso disso: o lado-lobo sempre existe, com a sede por solitude. A gente vê esses seriados, essas historinhas de ficção onde tudo acaba sendo lindo e brega e se pergunta se nos encaixamos em algum papel. Já me disseram para descartar o título de "pessoa substituta". Não ando com muito jeito para escrever coisas na terceira pessoa e, se for pra falar "eu", falemos de mim. (Haha, momento Ego.) Não acho que esteja escrevendo para me ler e me entender, me organizar. Não estou mais bagunçada, eu acho. Quer dizer, estou pulsante, minha cabeça está a mil quilômetros por hora e tudo nesse sentido... but i'm fine. Always fine. Sorria e acene, Ivy. Sabe, é engraçado ser uma garota pequena de palavras confusas. Tem a sua graça, mas também é desgastante. Não quero, não quero ninguém novo. Ninguém de diferente. Nem pra hoje, nem pra ontem. Me irrito com insistência nesse sentido. Eu levo tudo de forma muito intensa (e dramática), eu sou sensível e extremamente ouvinte do sr. meu coração (não existe um jeito de dizer isso sem parecer alguém muito brega e fã de Sailor Moon) - não vou fazer nada por fazer. Faço se estiver afim, se eu achar conveniente, se for fazer bem pra mim. Nesse sentido, não vejo razão em não ser egoísta. Sei lá também. De repente, levei tudo a sério demais. Mas nem penso mais nisso. Acho que vai ser bom começar do zero, me conhecer de novo, conhecer as pessoas de novo. Tudo de novo. Pé atrás, cabeça erguida e olhinhos brilhantes. Não vou perder tempo ruminando erros, acertos e desentendimentos (Ivy, you're not a cow!). Não vou perder tempo, mas também não estou com pressa de nada. Sei lá. Quando a gente começa a pensar demais na nossa situação acaba ficando meio triste, eu acho. Enfim. Descobri músicas ótimas e estou buscando a música ideal para fazer uma coreografiazinha. Foi bom descontar tudo na dança (e nos ouvidos alheios - thanks!), consegui evoluir bastante. Para alguém que se dizia extremamente rancorosa, acho que mudei bastante isso reavaliando alguns pontos. As pessoas têm seus lados bons e ruins - e aí está a mágica delas. E eu não estou apontando para nada ou ninguém, apenas falando sem parar. Fiz tanto isso ultimamente que estou sem voz (sério!). Ok, acho que vou me ocupar agora: lavar a mochila, arrumar umas roupas, pendurar moedinhas, ver House, whatever. Eu estou instável, então talvez depois eu leia isso e ache uma grandissíssima bostinha. Sempre existe a intenção de escrever 'mais tarde' quando eu posto algo de dia. A sensação de ansiedade, na verdade, não passou por inteiro. Eu acho engraçado escutar os conselhos e palpites de todo mundo a respeito da minha vida - engraçado porque eu não sigo nenhum deles, mas sou grata aos que me dirigem a palavra. Ok.





segunda-feira, 22 de junho de 2009

Esponja.

Quando eu nasci, o famoso Deus não me disse nada. Nem olhou pra mim. São muitas as pessoas que nascem a cada segundo e eu não seria digna da visita divina - mesmo com todo o poder da onipresença. Um cara com uma prancheta colou uma etiqueta adesiva na minha testa. Anos mais tarde, puder ler "esponja" na etiqueta, com o auxílio de um espelho velho e quebrado. Velho e quebrado como eu. Eu nunca soube expressar o sentimento de "ser" uma esponja - talvez seja esse o motivo pelo qual eu recebi essa maravilhosa palavra como adjetivo. Esponja... pensemos o que uma esponja faz: ela engorda e emagrece, freqüenta lugares imundos, fica imunda, recebe duchas de água gelada seguidamente e, por vezes, é trocada por uma esponja melhor. Que merda de vida. Não sei se poderia escolher entre ser uma esponja brasileirinha, do tipo verde-e-amarela que faz a alegria das donas de casa, ou uma esponja mais especial (lilás, de banho, delicada ou com motivo infantil) - o fato é que não me mostraram outra opção. Deus mandou eu ser uma esponja e cá estou, ensaboando essa pilha de problemas. O cara da etiqueta nunca mais apareceu e eu cultivo uma certa esperança de que ele, um dia, vai colar um novo papel na minha testa. Talvez esteja na hora de uma nova pessoa ocupar meu lugar. Mas, talvez, essa demora se deva ao fato de eu estar executando bem meu trabalho ridículo. São muitas as pessoas que nascem a cada segundo e eu não continuaria sendo uma esponja se o que eu estivesse fazendo fosse tão ruim, não é? Não é? Deus deve saber o que faz. Afinal, ele é Deus - o famoso Deus: onisciente, onipresente... Maldito foi o dia em que eu peguei aquele espelho!

terça-feira, 2 de junho de 2009

in a manner of speaking

Acho que tô "perdendo minha religião". De repente, algumas das minhas crenças antigas já não fazem mais o menor sentido. Os filmes continuam os mesmos, o tipo de música também. Os livros, tudo igual. O que mudou foi o modo como eu encaro as coisas. Quer dizer, isso não mudou exatamente: eu mudei, eu mudei. EU mudei. Mudei para um "Eu", com letra maiúscula. Continuo preferindo do outro modo, mas sei que as coisas já não são as mesmas de outrora. Eu escrevi ontem um negócio que não quis postar e tive uma conversa necessária, que me deixou reflexiva e um tanto nostálgica. O dia foi ótimo e a vida tem sido bastante brincalhona. Tenho que dormir e não vi sentido em escrever isso, senão que eu gostaria de dizer que eu posso tentar ser útil. Um tanto pretensioso isso, mas de nada custa lembrar que meus ombros ainda estão aqui - se o que eu disser não ajudar, pelo menos os ouvidos não vão falhar em escutar, eu espero. Apesar de falar merda, não estou no meu momento descontraído. Gosto de ficar quieta, às vezes, bem quieta. E sei que sou mal interpretada por isso. Mas também não me vejo na obrigação de me explicar. Estou amadurecendo idéias, me frustrando com algumas notícias e ficando feliz por outras. A gente sempre pensa que mudou para algo melhor. É o que deveria ser mesmo. Eu fico triste em ver pessoas que já estiveram mais presentes na minha vida enfrentando situações difíceis - espero que tudo se resolva. Gostaria, sinceramente, que esse frio continuasse assim. Acho que é só o que eu posso desejar - porque o resto muda, sempre muda. Não posso nem quero exigir mais de ninguém. Como eu disse, tô "perdendo minha religião". Cansei de me encantar com respostas mágicas. Quero o que é concreto, o que é palpável - qualquer coisa que faça sentido o tempo todo, independente das mudanças na minha personalidade ou no mundo que é externo a mim. Acho que adquiri essa insegurança das coisas, essa necessidade de me basear em verdades consolidadas e não exatamente nos meus conceitos passageiros. Quando tudo parece estar bem, eu entro nesses momentos cinza-masoquistas e nada me tira deles. Exagero: nada que uma boa música e uma boa companhia não sejam capazes de interomper. Só não quero me viciar, me viciar e me frustrar. Não é o que eu acho que esteja acontecendo ou o que eu imagino que faça parte do futuro próximo, mas tenho receio disso. Eu sou uma pessoa substituta. Nada me fez pensar o contrário - talvez sentir, mas sentimentos são efêmeros.




domingo, 24 de maio de 2009

in my life...

Nossa, o Mercury cantando Bohemian Rhapsody me remete ao filme aquele da fábrica de chocolate. Ah, o último post foi tão deprimente. Escrever com uma pessoa te chutando do computador é realmente desagradável. Não ando com muita paciência ultimamente, mas isso é realmente justificável. De maneira geral, acho que as coisas vão melhorar. É, eu espero que sim. Continuarei sem muita paciência, mas terei gratificações por isso. Não exatamente por "estar impaciente"... enfim. Sabe, estou numa fase boa da vida. Primeiro semestre de faculdade, ao que me parece, é sempre do mesmo jeito para (quase) todo mundo. Minha psicóloga (só tive uma e parei de vê-la há um tempo) se equivocou nas suas previsões sobre meu infeliz destino. Mas ela não teve culpa, a tendência é mesmo eu ivyzar tudo. Acho que a ação do meu verbo, tentando interpretá-la como sendo algo bom e ruim, seria algo do tipo (olha a viagem...) "tirar da frente o visível / focalizar o interno". Ok, muito pouco modesto da minha parte e muito coisa de psicólogo. Mas, ah, eu realmente acho que estrago as coisas quando começo com isso. E ao mesmo tempo é o que eu sei fazer e, ainda que estrague as coisas, é o que me faz bem. Digo não gosto de estragar, mas enfim. Ok, lamentável. Depois da aula de sexta, segui de carro (não, não fui dirigindo ou algo assim) para um lugar não exatamente distante do mundo real, mas realmente bom para matar o tempo pensando em várias coisas - várias mesmo. Eu realmente gosto de ficar deitada olhando pro teto ou pra fora da janela. Devo parecer tri pastel, haha. Pior que eu tenho uma cara realmente pastel. Prefiro que isso não seja comentado, mas enfim. Haha. Ok. Bah, vi no uma mulher que eu achei muito engraçada e fiquei dando risadas aleatórias durante o dia. Hoje vi um gambá tão bonitinho, mas fofinho mesmo. E dois tucanos que faziam barulhos esquisitinhos. Sabe, acho meio platônica demais essa idéia de abandonar "tudo" e ir morar no meio do mato definitivamente. Não falo de coisas do tipo "precisamos de internet" ou, sei lá, "no interior, não tem as fábricas de calcinha do centro da cidade" (), mas sei lá... é uma realidade bonitinha para quem se criou nesse ambiente. Eu penso em morar numa cidade menor, aquela coisa de filme, de ser um velhinho feliz ou poder criar seus filhos "com mais liberdade e segurança", mas acharia esquisito lidar com o passar das horas de forma tão diferente: sabe, ainda uso relógio e despertador. Não me guio pelo sol. Eu pareço uma ignorante por falar as coisas desse modo, mas é claro que foi uma explicação um tanto resumida. Eu estou ouvindo músicas ótimas e pensando no que eu pensei durante a maioria do tempo em que estive out. Sabe, eu devo parecer ser meio ingrata, do tipo que é uma boa companhia (eu escrevi campainha...) só quando me convém. Meus exemplos para negar isso são dramáticos demais para caber aqui. Eu fico triste quando percebo que não passo 'segurança' nas minhas relações - digo, eu sou confiável mas eu mesma induzo o planeta a pensar o contrário. Até eu acredito mais no outro lado da história, eu acho. Capaz. Eu não sei até que ponto o passado realmente deixa de ser relevante. E não sei até que ponto minhas explicações são necessárias e convincentes. Quer dizer, por mais que sejamos um jogo de publicidade o tempo todo ao nos comunicarmos com as pessoas e 'vendermos' nossas idéias, eu realmente falo abertamente com uma dose de inocência que, muitas vezes, me deixa 'em maus lençóis'. Essa expressão é tão infeliz, haha. Gosto de passar horas argumentando sobre os meus conflitos e os dos outros, só tenho medo de que meu lado complicado realmente fique se exibindo... ele gosta de aparecer em momentos indevidos. Quando eu declaro aqui que uma coisa é ficção é porque, realmente, a cena não existiu. Eu não seria indelicada de retratar algo ruim com tanta clareza por aqui... digo "ruim" porque a maioria dos meus textos não são exatamente felizes. Gosto de discussões (não necessariamente "brigas"), do duelo entre razão e emoção - não que eu consiga ou tente passar isso pra cá (er...), mas realmente gosto. E tenho um pouco de repulsa por essa aspiração à alegria. Acho que podemos ser laranjas, podemos ter várias cores, mas não precisamos e nem devemos ter essa pretensão de viver isso o tempo todo. Como qualquer coisa na vida, que, em exagero, compromete o prazer. (Nossa, me senti meio Alexandre Pires escrevendo isso - na nova fase, não na era do bigodinho...) Mas, no fundo, é bem assim. Bem assim. Acho que foram duros comigo e não pouparam palavras - e pra sempre vou ter um nojinho da idéia de que "porque todo mundo faz alguma coisa eu faço também". Mesmo que, por vezes, eu compartilhe dela e, entre outras coisas, isso me torne uma hipócrita. Haha palavra forte, hun? É, eu andei pensando umas bobagens. Sabe, tem coisas que são julgadas como crime porque é mais fácil "a vítima" se declarar vítima do que aceitar que é culpada também. Ou porque não existe culpado, não existe um regimento... Tem um filme que eu gosto que fala um pouquinho disso. Quer dizer, que culpa você tem se, depois de casado, você conhece uma mulher casada e se apaixona? Tudo bem, a penalidade vai para as coisas que provavelmente aconteceram às escondidas... mas, ainda assim, é idiota: a ex-mulher do cara vai estar se sentindo uma merda porque ele já não sente o mesmo amor por ela - e a revolta toda vem desse ponto. Quer dizer, o cara não 'quis' se apaixonar. Enfim, eu estou falando de forma meio babaca, não queria que esse fosse o exemplo (peguei a idéia do filme, onde - aparentemente - foi amor à primeira vista... ou sou eu que estou sonolenta). Enfim, não disse nada com nada, mas acho que consegui expressar um pouquinho da minha angústia. Ando chateada com umas coisas. Quero dizer, comigo também. Não sei até que ponto é egoísmo tentar ser feliz 'apesar do outro estar infeliz'. Eu tinha lido uma vez que a gente ama 'apesar de' a pessoa ser assim ou assada e que, por isso, o amor e etc. é uma coisa bonita. Não, acho que não tinha esse desfecho. Mas enfim, eu acredito nisso. Tanto é que eu admiro pessoas com defeitos, de carne, osso e gordurinha. Com cabelos, sem cabelos, exóticas, estereotipadas... enfim, eu gosto de pessoas de verdade - como foi escrito há pouco... Eu me preocupo com pessoas que, teoricamente, "já passaram". Quero que a maioria delas seja feliz, muito feliz. E não gosto de como as coisas se perderam ao longo do tempo, digo a profundidade das coisas: "ficar", namorar, casar... não sei, ainda soa esquisito pra mim porque não se trata de uma linguagem universal. Eu, Ivy, só "fico" com pessoas que eu conheço e 'gosto' - não coleciono pulseirinhas da festa do beijo ou esse tipo de coisa. Meio adaptada e pretensiosa, mas ainda sou romântica em alguns aspectos. Dispenso as flores, mas aceito o cartão. (Achei essa frase tão boa, sério! Pena que possa ser interpretada como 'cartão-de-crédito'... não, ninguém faria isso por aqui, ?) That's it. Esse texto foi embalado basicamente por "In my life (Beatles)" e "Sea of Love (Cat Power)", então não poderia sair menos melado do que isso. 'Dispenso as flores, mas aceito o cartão'... Adorei.



Ps: essa foto ficou assustadora, mas azar.