"É assim que não se prova nada a ninguém. Pegar mais duas, três, seis, sete taças - morder a azeitona e deixar o líquido escorrer, sem censura. Dançar num vestido prateado, com purpurina, purpurina! Gastar o batom e a sola do sapato, não se preocupar com o cabelo desarrumado e seguir desenozando gravatas. E, ainda assim, continuo provando que me importo. O viver em sociedade é tão chato e demodê. Não sei se o que assusta mais é a visão da voracidade ou do quarto escuro e silencioso, eu realmente não aprendi nada esses anos todos. Quebrar saltos, unhas, ilusões... ai, que rotina! Eu acho que estou mais perto do desperdício de mim mesma. Isso se reflete em cada gole de saudade das verdades que eu nunca fui. Me confundem com frascos, me procuram em espelhos, mas a verdade é que não me encontram em lugar algum.
Ainda consertam-se gaitas segundo a placa da esquina. Talvez eu apareça por lá à procura da minha identidade.
Aceita um gole?"
terça-feira, 29 de julho de 2008
Dry Martini
Assuntos:
coisas aleatórias,
ficção,
não-ficção
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Um comentário:
Batido, e não mexido por favor.
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