quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Crise Tepeêmica

eu não vou marcar a escola. não fiz nenhum feito, não fui a melhor aluna. nem aprontei. fiz amigos lá. alguns vão continuar "lá", com essa idéia de passado mesmo. fiz inimizades. eu e todo mundo. não escrevi meu nome nas paredes, não quebrei nada. esvaziei um vidrinho do laboratório sem querer e quase colocaram minha cabeça à venda por isso. mas só por alguns segundos. nunca comi o cachorro quente do bar, pois ele tem cara de ser ruim - ainda que digam o contrário. a professora que eu mais gosto é uma filha da puta, que esquece o que diz e das mínimas noções de ética. esse ano eu não levei nenhum gol - porque esse ano eu não me arrisquei a ser goleira. não usei uniforme quando deveria, não lavei o cabelo o número de vezes que eu gostaria e não consegui estreiar meu esmalte pretão gostosão. eu vou escrever um texto com uma garota para um grupo de pessoas que provavelmente nem sabe minha idade, meu nome completo ou se eu tenho um sinal cabeludo e nojento na cara - é capaz de alguém dizer que sim. não gosto de coisas excessivamente geladas e, por mais que eu teime em dizer que gosto de coisas quentes, sempre assopro- as um pouco antes de beber. vejo maldade em tudo. até nas coisas mais bestas. poderia escrever pro Zorra Total. não tem nada que faça de mim um bom ou um mau exemplo. eu não sei dormir, ainda não aprendi a fazer isso na hora que eu quero e posso. me alimento mal - como só porcaria, duas vezes ao dia. não tenho paciência com meninas. nem com meninos, mas meninas exigem mais cuidado - o que é totalmente irritante. eu não sou gay, nem hetero. nem merda nenhuma. tenho preconceito contra gente preconceituosa e preconceito com um monte de gente que não merece - em relação a tudo, não ao fator opção sexual. digo que odeio essa perseguição do mundo arco-íris, onde o assunto se concentra nisso, mas também não fujo dessa rotina. pertenço ao sistema praticando a preguiça e a reclamação em volume baixo, porque não tenho coragem ou esperança de incentivar alguma mudança. falo demais e escrevo demais. me exponho demais e, ainda assim, consigo não ser ninguém.


Um comentário:

Guilherme Gomes Ferreira disse...

nossa, tri revoltada uahsuahsuash
essas fases assim me inspiram a escrever e reclamar.

e eu tb não sou ninguém nem porra nenhuma! Hááááá

=**