quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Resposta

isso não é coisa para se postar num blog, mas eu não vou encher a guria de depoimentos e nem gosto de mandar e-mail. e não é nada que eu fosse esconder, só que enfim. como é destinado a uma garota x, provavelmente quem não for ela vai ficar boiando. :)

"eu ensaiei quinhentos discursos. pomposos, chorosos e raivosos. no final das contas, eu optei por nenhum. e agora eu não sei - de novo - o que dizer. é verdade que não nos conhecemos muito. e é verdade também que muito do tempo que passou de repente não foi bem aproveitado. isso não aconteceu devido a distância que se formou inevitavelmente, mas pela falta de procura mesmo, de ambas as partes. isso é natural. até porque eu não acredito exatamente que a convivência determine a força de uma amizade, se é que isso existe. até porque você é amigo ou não é. intensificar isso seria desmerecer algumas pessoas. até por isso, eu queria te corrigir (meigamente) quando li os nomes que você citou. a proximidade não muda a intensidade - não assim. nem sempre as pessoas ao nosso redor são as q
ue mais nos conhecem. eu não costumo correr atrás das pessoas. até porque eu raramente tenho o que dizer. eu falo sobre coisas no geral, mas falar de mim é estranho. não significa que eu não goste. e eu soube de muitas coisas referentes a tua vida, ao teu passado. coisas que eu gostaria de ter ouvido de ti, se algum dia eu fosse digna da tua confiança. e não quero dizer que isso vá ou não acontecer, só me senti estranha por não ter conversado sobre isso contigo. sobre isso de não correr atrás... sei lá, não é orgulho. no fundo é tipo aquela relação que os pais esperam ter com os filhos: "quando você precisar, saiba que eu estou aqui". de repente, meu erro foi não ser clara o suficiente. não só com palavras, mas sei lá. eu já sou meio grossa. eu sou sensível, mas não sei agir com delicadeza. e eu não gosto de pedir ajuda. por orgulho, por vergonha, por tudo que é troço. e porque, sei lá, eu gosto de ficar sozinha e essa história toda. mas isso não quer dizer que eu não goste de ouvir os outros ou participar da vida deles, dividindo experiências - e por aí vai. ah, no fundo a gente se conhece sim. eu vejo o gustavo todos os dias, mas isso não deixa de ser um detalhe. a gente já se desentendeu, já fez tempestade em copo d'água. já riu e já ficou em silêncio. a karol, sei lá. a gente não se fala todos os dias - no máximo um oi. mas, dentro das pessoas que eu trago da infância, ela é minha maior referência. e a gente não sai mais juntas - não com a mesma freqüência, não tem exatamente os mesmos gostos. a gente se fala pouco, se eu for pensar, mas é o suficiente para ver que estamos bem. eu sei que ela me considera, ela sabe que eu sinto o mesmo. talvez isso baste. não tem todos os privilégios de ter um parceiro a tiracolo mas, interior-filosoficamente falando, isso é realmente 'uma honra'. olha para a thays. eu posso ver ela todos os dias pela janela, na aula, sei lá onde. ela está sempre em todos os lugares - e nem por isso vivemos grudadas. na verdade, eu acredito que me relaciono melhor mesmo com aquelas pessoas que não estão na minha rotina. se pá todo mundo pensa assim. você acaba desvalorizando. ou não. mas simplesmente acontece aquilo que, a princípio, não deveria acontecer: você enjoa. não sei porque estou escrevendo tudo isso. não tem relação com o que você me disse. eu queria que você não pensasse que é "só mais uma", ou que está num nível inferior. sabe, no fundo nós nos fortalecemos com a situação toda. eu penso que sim - com o afastamento, a gente percebeu que algumas coisas estavam erradas, corrigimos os problemas e agora estamos vivendo nossas vidas. sim, eu quero estar mais presente. de verdade. e existem mil fatores que servem de empecilho. mas eu quero te mostrar que está tudo bem. quando eu te liguei, aquela vez, foi como o último depoimento: você fica meses em banho-maria, naquela ânsia de ir atrás ou não, do que dizer e todo o medo que isso envolve. não que eu quisesse te deixar na mão. sabe, aconteceram mil merdas contigo, comigo e a gente se ocupou - cada uma com seus problemas. no meio das nuvens, você percebe a claridade e aquilo fica te incomodando - naquele misto de chove, não chove - até que o sol surja. ok, exemplo péssimo. foi preciso que eu me tocasse que eu precisava de ti para me tocar que eu poderia te ajudar também. eu entendo muito bem quando você fala sobre determinado grupo de pessoas. se separar, perceber as intenções de cada um... é estranho. a sociedade toda está acostumada a julgar tudo. todo mundo faz parte disso, é inevitável. isso vira um problema mesmo quando pessoas queridas se mostram intolerantes, logo quando precisamos de uma palavra de força ou coisa parecida. eu não gosto de grupos por isso: todo mundo sempre pensa que tudo será lindo se todos concordarem sempre, mas para isso é preciso respeitar as diferenças, alcançar um senso comum que não agrida ninguém e que seja satisfatório para ambos... cara, isso não existe. eu não gosto dos teus amigos. aqueles em especial, que eu conheci e convivi. não gosto porque não foram bons pra mim. tu não teve as mesmas ações que eu, agiu diferente de acordo com as situações que tu teve que enfrentar. tu foi tu mesma e hoje tu tem pessoas maravilhosas ao teu lado. e provavelmente pessoas que te invejam, que não se sentirão felizes te vendo feliz e que, provavelmente, não valem realmente nada. eu não quis me meter mais na tua relação com essas pessoas. eu não tenho o direito, não faço parte disso, não sou nada além de um desses (teus amigos) dentro do todo. eu não vou negar minhas opiniões e meus insultos, mas não quero pensar que de alguma forma te influenciei com isso. até porque grande parte do que eu penso foi construída em cima de coisas bem relativas. eu me sinto bem sabendo que tu tá bem. é ótimo te ver namorando um cara legal, ou te ver nas fotos fazendo caretas - seja sozinha, comigo ou com outra(s) pessoa(s). eu me sinto meio coelho da páscoa dizendo isso. parece que eu sou uma banana. hahaha. tipo discurso de miss, que quer sempre a paz mundial. mas ok, eu sou boazinha. aquela ivy que não se importa com nada, que algumas pessoas estão acostumadas a enxergar, não existe. eu não sou malvadona como um dia eu quis, nem sou nenhuma flor de pessoa. tenho ataques de raiva, ódio platônico, arroto - mas também faço crochê e uso pantufas rosas. querendo ou não, dramatizando ou não, eu te vi crescer. bem mais do que isso. se existe alguém para mim que se pode comparar a uma fênix (pela história de renascer das cinzas, pela grandeza mesmo), essa pessoa é tu. porque eu te vi quietinha sofrendo e eu te vi forte e safadona um tempo depois. ok, esse safadona ficou estranho. mas enfim. eu não acho que tudo esteja 100%, mas eu me orgulho bastante de te ver assim. sabe, eu nunca duvidei de nenhuma palavra tua, eu sempre acreditei que tu fosse enfrentar todas essas coisas. e eu me amarro quando escuto tu me narrando os acontecimentos, por mais trágicos que eles pareçam. e eu realmente me sinto importante quando tu pede minha opinião. várias vezes eu fiquei sem ter o que dizer. eu penso em ti, penso sempre. não pensa que eu te considero menos. fotos de orkut e oi's na escola são coisas muito supérfluas. as minhas comunidades dizem coisas, de fato, mas toda aquela página é moldada. eu sou daquele jeito, mas também tenho uma vida offline, onde eu não sou mais ou menos humana que ninguém. me sinto mal por não permitir, de repente, alguma aproximação. se tu não me conhece o quanto tu gostaria é porque, sem querer, eu não deixei que isso acontecesse. eu estou tentando mudar isso. eu gosto de te ver rodeada por pessoas que são boas pra ti. e eu fiquei feliz de ter lido que temos muito em comum. fiquei mesmo. eu gostei mesmo do que tu escreveu e concordo. e, pensando melhor, eu também tenho coisas para te contar. a gente sempre tem, mas é difícil escolher o que é novidade ou não quando já nos acostumamos com algumas idéias. e eu gosto das nossas diferenças. eu gosto de pensar que, mesmo com todas as feridas, tu é uma pessoa pura. tu não se deixou levar, não se tornou uma pessoa pior depois de todos esses pontapés que a vidinha dá na gente. eu admiro mesmo teu senso de equilíbrio. a gente é tão igual e tão diferente. e tudo se tornou tão estruturado de repente. vontade de falar contigo. eu acho que falei tudo errado. mas o resto cabe a ti julgar, reservadamente. eu não quis escrever isso através dos depoimentos, porque bem... quantos, né?! o essencial está aí. foi bom ter te visto no teu aniversário. eu pareço um zumbi nas fotos daquele dia. haha. mas foi realmente bom poder te ver melhor. e tu me protegeu. na hora eu não reconheci, mas tu me protegeu - e eu sou grata por isso, de verdade. mas enfim. não duvide de mim. fora que eu sou teimosa. então se eu digo que 'tudo bem, eu enfrento o mundo e fico do seu lado' não ouse duvidar de mim, mocinha! hááá. e a senhorita estava equivocada... eu tenho músicas do araketu, do calypso, do magal e mais umas mil bregas - e realmente me divirto com elas. a apresentação da thays... bem, foi realmente da thays. haha. ela brilhou, cara. morri de vergonha por ela. mas foi bem engraçado. ela cantou tri bem. foi uma semi-despedida da velha thays na escola. ela não seria feliz sem antes ter feito isso. claro que os motivos pelos quais ela fez isso me estressam... mas eu aprendi a não me meter nisso, né. mas mas mas isso já é outro assunto. e te cuida."


Um comentário:

♪♪Thays♪♪ disse...

Ivy...axo q esse foi o post mais lindo q eu já li...sério, cara. Quase chorei quando terminei de ler.
hahahahaahah
bjos