quarta-feira, 5 de março de 2008

Cinzeiro

Não gosto dessa bagunça. Não falo da barulheira urbana, do capitalismo presente em 99% das coisas, da estranha aceitação de idéias desmoralizantes: se fosse só isso, metade dos problemas já estariam solucionados. Já não chega a mania irritante de poluir o que vêem com suas opiniões, as pessoas sentem necessidade de se fortalecerem em cima dos erros dos outros. Sempre acham que o mundo seria mais alegre se seus estilos de vida servissem de exemplo. Alegam que são mais adultos, mais experientes, que é loucura não querer aproveitar tudo o tempo todo - quem foge dessa idéia recebe um longo olhar piedoso (como se devesse receber perdão divino ou um pouco de lucidez). Que coisa mais esdrúxula!
Depois de um tempo, você aprende a respeitar as diferenças - ainda que não entenda o que se passa na cabeça alheia. Reconhece que seus amigos não são perfeitos - e eles também encontram alguns de seus defeitos (existem sempre aqueles que, conscientemente ou não, mantemos escondidos). Cria vícios a partir de medos que ainda não te incomodaram o bastante para merecerem atenção, oscila entre o ódio e o amor-próprio (que não são sentimentos muito diferentes), conhece gente nova e mais uma vez prefere a companhia de um velho amigo (mesmo que vocês não sejam mais os mesmos e que as piadas tenham sido, em parte, substituídas por resmungos e comentários que entregam a idade).
Não tô mais afim de escrever essa baboseira.

Um comentário:

Guilherme Gomes Ferreira disse...

que tri essa imagem

gostei de ler isso Ivy :)
e faz tempo que não passo por aqui