segunda-feira, 2 de julho de 2007

Drama;

Eu me expressei mal. Bem mal. Eu não quis dizer que não gostava de pessoas sensíveis - na verdade eu sou uma delas e, enfim, gosto mesmo da espécie. Sei lá. Talvez eu quisesse dizer que não gostava - gosto - de chorões chatos. Eu ia usar o termo dramático, mas no fundo eu também sou assim e gosto de dramas. É, acho que fico com chorões mesmo, apesar de não ter - a princípio - coisas contra quem chora. É a velha história de que lágrimas são verdadeiras sempre e, enfim, especiais e tal. Semi-inevitáveis às vezes. Mas aí vai muito de quem está chorando, porque de fato não é algo que eu ache muito fácil - sim, encarar pessoas com os olhos aguados é bem delicado, tanto para quem chora quanto para quem vê. Mas enfim. Sensibilidade eu realmente gosto. E, no fundo, toda essa máscara de indiferença que a gente insiste em pregar não deixa de ser um escudo e tal para esconder o que realmente se passa. Tá, isso não é novidade. Mas enfim, eu fiquei grilada com isso. O conceito de chorões chatos ficou péssimo. Enfim, eu só acho que é meio contraditório o lance de você se tornar uma pessoa teatralmente sensível. O motivo de aproximar pessoas a fim de te ajudar, proteger ou o que for acaba te excluindo dos demais. Sim, quem é que aguenta?! Eu já convivi um monte com pessoas extremamente emotivas nesse ponto e, até hoje, é algo que me assusta muito. Eu dei o exemplo da garota vegetariana chorando pelos bovinos. Mas, sei lá, não foi exatamente isso que eu quis ter dito. Existe um limite entre você querer dividir suas emoções... quem está ouvindo deve estar preparado para suportá-las - e, dessa vez, não falo com ar de tolerância, mas simplesmente hnm... estrutura, preparo psicológico. Até porque quem está ouvindo pode não saber o que dizer ou ser blaster sensível também. Tá, eu creio que estou fazendo o papel de dramática, mas tudo bem. Eu só sei que eu sou sensível ao cubo mesmo, do pior tipo. Eu não lembro do que almocei, mas sei tudo o que me disseram há mil anos atrás em determinada situação. Numa conversa desligada, uma vez, eu disse algo do tipo 'oh, que bonito, perdoar é algo lindo' - só que sem a breguice toda e tals. E daí eu fiquei pensando nisso e cheguei a conclusão de que é algo que eu raramente soube fazer. Ah, eu tento não ficar olhando pra trás e levar a vida na boa, mas enfim. Não sei como as pessoas simplesmente passam a borracha assim, tão do nada... querendo ou não foi um orgulho ferido, uma confiança quebrada. Claro que existe a idéia de que errar é humano e, óbvio, ninguém é perfeito - ainda bem! Mas, enfim, esquecer é algo que eu realmente não sei.
*****
E então fiquei conversando com o Shaolin, na aula. Falamos do Rui, o ex-psico dele, e de como ele deveria enxergar "o pessoal". Falamos do Salinger, da menina Ivy, de anos atrás. Foi realmente bom e eu fiquei pensando em coisas realmente antigas e, uma vez na vida, fiquei realmente indignada com a sociedade machista. Mas só por uns segundos. Daí li uns textos diversos de tarde. Um deles, ainda citando a Bíblia e os pecados do Homossexualismo, falava de fidelidade e lealdade - que podem sim andar separados. Fiquei feliz de ler isso, me lembrou o marca-páginas aquele da praia. "Ser infiel e ainda assim digno de confiança"... não que isso seja útil agora, mas enfim, fiquei pensando nisso. A partir de que ponto uma garota se torna uma vagabunda? De repente, pensei em várias coisas aleatórias - é, no Holden também. E foi tri ver o Shao falando dele e tudo. É realmente engraçado ver
a opinião das outras pessoas sobre a gente e coisas assim. Eu terminei de ler, no domingo, Nove Estórias, do Salinger e fui me ligar hoje de tarde só do final do livro. As histórias se entrelaçam muito pouco, na verdade. Mas isso não tirou a graça do livro. São nove contos bem diferentes. Em uns quatro ou cinco desses aparecem aquelas crianças estranhas que eu adoro. Killers e tudo. Quase gozei. Na verdade três contos me chamaram bem a atenção: um de suicídio, um em que a garotinha têm um amigo imaginário que morre do nada - e enfim, várias coisinhas - e uma mãe que possivelmente deveria estar presa e, o último, que te faz pensar um monte na real função das emoções, da lógica e essas coisas. O garoto prega que nós deveríamos aprender a ver o mundo com nossos olhos e não com conceitos pré-estabelecidos... ah, é muito foda. Ele te dá mil exemplos de como as emoções só atrapalham e coisas assim... não pude deixar de concordar, sabe. Mas enfim, no calor da hora é assim. Ele previa mortes e não tinha medo de morrer. A irmã dele também era outra impiedosa mocinha... Mas chega disso. Eu fiquei lendo sobre aura, mediunidade e vários fenômenos psíquicos hoje. Achei tri. Os caras não se mostraram superiores nem arrogantes nem nada, muito pelo contrário. Pregaram até aquele discurso de que todos têm poderes, basta descobrí-los. Claro que, no meio disso, achei umas coisas bem toscas. Seu eu fosse me basear nelas eu poderia me declarar uma sensitiva e tanto, cheia dos frufrus. Mas não, eu tenho os pés no chão - um deles, pelo menos. Eu fiquei lendo sobre psicoses e assassinos e coisas assim outro dia. Em enfim, gosto deles. Eu odeio a forma como as pessoas repudiam idéias sem procurar ver os ângulos das coisas. Claro que é horrível e até ignorante matar uma pessoa, mentir ou enfim, qualquer ato mal visto pela sociedade... só que existe o porém, a razão. Não se pode negar isso. Se o tio foi lá fazer cagada é porque ele tinha um (bom) motivo para isso... nada é assim por acaso. E, se o caso é doença, isso deveria ser autojustificável. É doença!, as pessoas não controlam doenças. Talvez a química, mas os atos físicos não são controlados tão facilmente. E, no fundo, vilões são mesmo legais. E até mais corajosos, porque eles vão contra a maré, geralmente se fodem e ainda ficam com um sorriso no rosto. Tá, eu embolei bem os assuntos. Provavelmente vou ler isso amanhã e me arrepender de ter me expressado mal sobre os chorões chatos. Passar bem.


Um comentário:

Guilherme Gomes Ferreira disse...

Ivy! Quanto tempo!
Bom, teu post serviu muuuito pro momento que eu tô vivendo. Sabe, acho que eu deveria ser um pouco menos dramático do que a minha natureza estabelece. Ultimamente tenho enchergado as coisas fora dos lugares... tenho que aprender a ver com olhos reais, como disse o carinha do livro que tu leu XD
Embolar assuntos é legal, todos eles te levam à pensar na mesma coisa, e se amanhã tu ler e não curtir o q escreveu, não se arrepensa; escrevi isso no meu blog hj. Que 'a gente é verdadeiro consigo mesmo, pelo menos naquele infimo momento e blá blá blá e mesmo que a gente mude nossa opinião depois, foi um momento de verdade com sentimentos'...
eu ando bastante poético e dramático. Fases XD

Beijão guria legal q eu adoro muitão!